Bat-Mirim (Bat-Mite), um duende fanático pelo Morcego
Criação: Nem parece, mas o sujeitinho aí ao lado completou cinco décadas de vida em 2009. Foi em um longínquo ano de 1959 que a dupla Bill Finger e Sheldon Moldoff criaram o Bat-Mite – que aqui no Brasil foi batizado de “Bat-Mirim” ou “Duende Morcego” (a palavra “mite” em inglês refere-se a uma espécie de inseto, parente do carrapato) – para fazer frente a outro duende que, apesar de ter sido criado mais de uma década antes, estava então na crista da onda nas HQs do Super-Homem: Mxyzptlk.
Ao contrário de Mxy, porém, Bat-Mirim é do bem, ou pelo menos pensa que é: também oriundo da 5ª dimensão, ele acompanhava as aventuras do Batman e tornou-se seu maior fã. Com poderes mágicos ilimitados, a estranha criatura inventou um traje similar ao de seu ídolo e começou a aparecer em Gotahm City tentando ajudar o Morcego ou, em diversas ocasiões, criando desafios e criaturas absurdas para que Batman derrotasse e se tornasse assim um herói ainda maior aos olhos do mundo.
As histórias com a participação do duende seguiam sempre na linha do humor e do non-sense e no gibi americano Melhores do Mundo, que unia aventuras de Superman e Batman, Mirim e Mxy também fizeram dupla em algumas HQs, sempre com resultados um tanto quanto catastróficos.
Em 1964, quando o editor Julius Schwartz se tornou responsável pelas revistas do Homem-Morcego, ele simplesmente limou Bat-Mirim do universo do personagem (para alívio de muitos), bem como baniu outros personagens na linha tosco-humorística – entre os quais Ace, o batcão (!!!).
Com a mudança, o duende voltaria aparecer nos quadrinhos apenas em histórias especiais – três delas, para ser mais exato – nos anos de 1965, 1967 e 1979. No entanto, nos desenhos animados, mais voltados para o público infantil, Bat-Mirim fez bastante sucesso. Apontado por muitos como um “protótipo de Gorpo” (do He-man), ele surgiu nas telinhas em 1977, participando dos desenhos da série The New Adventures of Batman (16 episódios de 30 minutos).
No desenho, que passou por aqui nas manhãs globais alternando com “os Super-Amigos”, Mirim tinha algumas diferenças: era totalmente apaixonado pela Bat-Girl e não vinha da quinta dimensão, mas sim do “planeta Ergo”.
Nos quadrinhos, depois da Crise nas Infinitas Terras (1985), a criaturinha esdrúxula definitivamente teve seu status de morador do limbo concretizado: foi retirada de qualquer cronologia oficial e passou a fazer parte de histórias alternativas (ou mesmo de delírios de Batman em situações desesperadoras em algumas HQs). Sorte dos leitores, que sempre ganham HQs humorísticas fora de série com o Bat-Mirim, boa parte delas em dupla com Mxy, sem que o non-sense atrapalhe as aventuras “normais”..
Aliás, um dos melhores encontros dos dois, lançado originalmente em 2000, ganhou versão brasileira em 2003 pela Opera Graphica Editora: Os Piores do Mundo. Em uma aventura absolutamente maluca com a intenção de provar se o melhor é Batman ou Superman, Mirim e Mxy destroem todas as realidades e terras paralelas onde os heróis existem (e matam todas as versões de seus ídolos).
Antes do hilariante final, eles visitam desde as ingênuas histórias pré-crise – onde Batman proferia bordões como ‘O bem sempre vence o mal” – até a futurista Kingdom Come, passando pela crise em si e pela fase Cavaleiro das Trevas. Aliás, o destaque da história é justamente o desenho de cada série/época em traço que remete ao original: em boa parte dos casos foram convidados os próprios artistas e figurões – casos de Frank Miller (Cavaleiro das Trevas), Alex Ross (Kingdom Come) e Bruce Timm (Batman Animated) – e em outros renomados mestres da nona arte fizeram um revival preciso.
Vale ressaltar ainda as participações de Mike Allred (de Red Rocket 7 e Madman) na fase mais ingênua e de Frank Cho (Liberty Meadows) na terra paralela de Tio Sam e cia. limitada. Justiça seja feita, todos os desenhistas convidados são profissionais impecáveis.
De volta a Bat-Mirim em si, nos desenhos animados mais atuais de Batman o duende também dá as caras em participações especiais e às vezes como uma "referência" especial. No episódio Deep Frezze de Batman: The Animated Series, por exemplo, um robô de brinquedo com a forma de Bat-Mirim aparece e saúda Batman dizendo com entusiasmo a frase que o encrenqueiro falou em sua primeira participação no desenho dos anos 70: “Saudações, dupla dinâmica! Eu sou seu maior fã!” . Na sequência o Bat-Mirim eletrônico beija um chocado Robin, dá tilt e se desmantela dizendo outra frase que era jargão do personagem: “Eu só quero ajudar”.
Enredo
Bat-Mirim é uma criaturinha com poderes inimagináveis e também é o maior fã do Batman, cujas aventuras acompanhava de sua dimensão. Para ajudar o Homem-Morcego a ser um herói ainda melhor e mais reconhecido, ele viaja de sua dimensão para dar uma mãozinha à dupla dinâmica e invariavelmente mais atrapalha do que ajuda. Aliás, muitas vezes o próprio duende cria as ameaças mais absurdas apenas para ver seu herói em ação.
Personagens
Além de Bat-Mirim, os personagens que aprecem nas histórias em geral são do núcleo principal de Batman (o Homem-Morcego, Robin, Batgirl, Comissário Gordon e vilões do morcegão) e do Super-Homem (o azulão e Mxyzptlk, principalmente).
Curiosidade: Duende Prodígio
Bat-Mirim também ganhou um jovem parceiro, pelo menos no episódio Fractured do desenho Teen Titans (Jovens Titãs). Usando o nome de Larry, o duende se veste como Robin e se declara o maior fã do menino prodígio. O nome real do duende, revelado no decorrer da história, é Nosyarg Kcid. Lendo de trás para frente fica...Dick Grayson, justamente o nome do primeiro Robin.
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